Sabe aquele problema que provoca uma dor tremenda e deixa a pessoa com os nervos à flor da pele? Na lista de problemas que se enquadram nessa descrição, figura a doença de Freiberg, uma patologia descoberta em 1914, que atinge frequentemente mulheres (proporção de 3 para 1, em relação ao sexo masculino) e têm maior incidência na fase da puberdade. 

Certos esportistas também são mais propensos à doença, como bailarinas, atletas de salto e atletas de corrida. 

Sintomas da doença de Freiberg

O principal indício do problema é dor forte, que fica mais potente quando as pontas dos pés precisam sustentar o peso do corpo, fazer movimentos de elevação ou, ainda, quando se usa salto alto. Inchaço local, tensionamento, hipersensibilidade, incapacidade funcional parcial e desaparecimento da cartilagem são outros sintomas. 

O que causa esta condição?

Os principais motivos que desencadeiam a doença de Freiberg são o crescimento ósseo rápido — situação comum em meninas que estão passando por mudanças biológicas e fisiológicas — e alterações no primeiro (curto demais) e no segundo osso do metatarso (longo demais). 

Em ambos os casos, a segunda cabeça do metatarso pode estar sujeita ao tensionamento repetitivo, tal como ao praticar-se dança ou corrida.

Diagnóstico e tratamentos para a doença de Freiberg

Quando o paciente consulta um médico reclamando os sintomas descritos acima, realiza-se uma análise clínica por meio de palpação da articulação, exploração articular, muscular e vascular, e de avaliação da pegada plantar. Exames de imagem ajudam a fechar o diagnóstico. 

O raio-x permite determinar em que fase a doença de Freiberg se encontra: primeira (mais dolorosa), segunda e terceira (são observáveis sinais de cabeça do metatarso aplanado e invertido), ou quarta (a base da falange também é afetada acabando a articulação anquilosada).

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O tratamento engloba a aplicação de injeções de corticosteroide e o uso de analgésicos para aliviar as crises de dor; repouso parcial ou absoluto, com elevação do membro, para diminuir a pressão e o edema; e uso de sapato com sola convexa, de palmilhas e outros dispositivos que alteram a posição ou a amplitude de movimento dos pés. 

Em casos raros, considera-se cirurgia com objetivo de colocar um enxerto ósseo esponjoso na região subcondral de necrose da cabeça do metatarso ou efetuar uma osteotomia (seccionamento cirúrgico de um osso).

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Não erre na escolha dos calçados

Na hora de comprar os calçados que irão preencher o seu guarda-roupa, opte por modelos confortáveis, que ofereçam sustentabilidade e proteção aos pés. Quanto mais apertado o sapato, pior ele é para a saúde dos pés. Os amantes de salto devem ficar atentos quanto ao tamanho do sapato e à frequência de uso. Esses cuidados simples auxiliam na prevenção da doença de Freiberg. 

Como as meninas em fase de transição e atletas de alta competição são mais suscetíveis ao desenvolvimento da doença de Freiberg, é importante fazer o devido acompanhamento ortopédico ao longo dos anos, a fim de prevenir e remediar a patologia. 

Os pais/responsáveis devem ficar atentos quando os adolescentes reclamam de dor. Nem tudo é, como muitos pensam, “frescura que passa com o tempo”. 


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