Para algumas pessoas, começar o dia com o pé direito pode ser mais difícil do que para outras. Uma fisgada na região do calcanhar no momento em que se pisa no chão pela manhã, se constante, pode se tratar de uma inflamação na planta do pé, a chamada fascite plantar.

Ela ocorre na camada fibrosa de tecido que compreende a área da sola que vai do calcanhar até os dedos dos pés, a fáscia plantar.

Em condições normais, essa espessa camada de tecido serve como um amortecedor de impacto e de sustentação para o arco do pé. Contudo, quando há um estiramento excessivo na fáscia, podem ocorrer pequenas roturas no tecido. A repetição contínua desse estiramento é o que pode dar início a uma inflamação.

São muitos os fatores que podem desencadear uma fascite plantar, que pode decorrer tanto do sedentarismo quanto da prática de atividades físicas sem a devida orientação. Dentre as causas mais comuns, podemos destacar: sobrepeso, atividades físicas de alto impacto, uso de calçados com pouco amortecimento ou apertados, trabalhos que exijam longos períodos em pé, entre outros.

A fascite atinge mais frequentemente pessoas entre 40 e 60 anos, devido à perda natural da elasticidade e ao afinamento do tecido ao longo dos anos, reduzindo sua capacidade de amortecimento.

Tratamento da fascite plantar

Tanto o diagnóstico de fascite quanto a escolha do tratamento mais adequado requerem a avaliação de um profissional especializado, que realizará testes específicos e poderá orientar o melhor tratamento, visto que as opções são muitas e variam de quadro a quadro. Veja abaixo algumas das opções de tratamento mais comuns:

  1. Anti-inflamatórios: auxiliam nos sintomas da dor e da inflamação, devendo ser acompanhados por outras terapias. Devem ser sempre prescritos por um médico.
  2. Calçados adequados e palmilhas: o uso de sapatos com um bom sistema de amortecimento e de palmilhas pode auxiliar na correção de alterações biomecânicas (como pisada irregular) e na distribuição de carga pelo arco do pé, aliviando a tensão que a fáscia recebe durante a pisada.
  3. Fisioterapia: a maior parte dos casos apresenta melhora com exercícios simples, como alongamentos e massagens localizadas, os quais têm por objetivo realizar o aquecimento e relaxamento da fáscia antes dos primeiros passos do dia ou de atividades físicas.
  4. Bandagens ou órteses: a bandagem funcional consiste no uso de tiras para reduzir a tensão sobre a fáscia, proporcionando apoio e proteção sem limitar os movimentos. Para alguns pacientes, também é indicado o uso de órteses, como talas noturnas, que ajudam a manter os pés numa posição neutra durante a noite e, com isso, reduzem o desconforto matinal.
  5. Tratamento cirúrgico: raramente é necessário. Contudo, em casos mais severos, a cirurgia para liberação da fáscia plantar pode ser indicada pelo médico. Devido à complexidade da cirurgia e um pós-operatório que pode levar meses sem garantia de que o problema será resolvido (com taxa de sucesso de 70% a 90%), é uma alternativa reservada apenas a pacientes que não responderam aos demais tratamentos, ou caso ocorra ruptura na fáscia.

Apesar de ser uma das patologias mais comuns que acometem o pé, a fascite plantar pode dificultar a realização de atividades simples do dia a dia e, se ignorada, pode acarretar problemas mais graves nos joelhos, nos quadris e na coluna. Quanto mais precoce for o diagnóstico, maiores são as chances de uma recuperação rápida.

Quer saber mais? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como ortopedista em São Paulo!