A coalizão tarsal é uma condição congênita — o que significa que ela se apresenta no nascimento — e ocorre quando os ossos do tarso não se separam durante o desenvolvimento fetal.
Apesar disso, geralmente, não é diagnosticado até o final da infância ou início da adolescência, quando a coalizão tarsal pode começar a causar movimento limitado, rigidez, dor ou entorses frequentes no tornozelo.
Neste artigo, entenderemos o que é este problema, além de seus sintomas, causas e tratamentos. Confira!
O que é uma coalizão tarsal?
A coalizão tarsal é uma conexão anormal que se desenvolve entre dois ossos na parte de trás do pé (os ossos do tarso) e pode ser composta de osso, cartilagem ou tecido fibroso, além de gerar movimentos limitados e dores em um ou nos dois pés.
Os ossos do tarso incluem:
- Ossos do calcâneo (osso do calcanhar);
- Tálus;
- Navicular;
- Cuboide;
- Cuneiforme.
Esses ossos trabalham juntos para fornecer o movimento necessário para a função normal do pé.
Qual é a história natural da coalizão tarsal? Há melhora?
Nem todas as coalizões tarsais são dolorosas e sintomáticas. Como ela bloqueia os ossos e restringe o movimento, o pé pode se adaptar e, com o tempo, os sintomas diminuírem. É importante entender que, enquanto a coalizão tarsal permanecer, é impossível que o retropé se mova.
A coalizão do tarso também pode levar à artrite e a outros distúrbios estruturais do pé e tornozelo, devido à biomecânica anormal.
Principais sintomas
Os sintomas incluem um ou mais das seguintes condições:
- dor (leve a grave) ao caminhar ou ficar em pé;
- pernas cansadas ou fatigadas;
- espasmos musculares na perna, fazendo com que o pé gire para fora ao caminhar;
- pé chato (em um ou ambos os pés);
- rigidez do pé e tornozelo.
Diagnóstico
O diagnóstico inclui a obtenção de informações sobre a duração e o desenvolvimento dos sintomas, bem como um exame completo do pé e tornozelo. Os resultados serão diferentes, de acordo com a gravidade e localização da coalizão.
Além de examinar o pé, o cirurgião solicitará radiografias. Estudos avançados de imagem também podem ser necessários para avaliar completamente a condição.
Tratamento não-cirúrgico
O objetivo do tratamento não-cirúrgico é aliviar os sintomas e reduzir o movimento na articulação afetada. A seguir, conheceremos as opções a serem usadas, a depender da gravidade da condição e da resposta ao tratamento.
Fisioterapia
Fisioterapia pode incluir massagem, exercícios de amplitude de movimento e terapia de ultrassom.
Dispositivos ortopédicos
Dispositivos ortóticos personalizados podem ser benéficos na distribuição de peso sobre a articulação, aliando o movimento e a dor.
Imobilização
Às vezes, o pé é imobilizado para dar descanso à área afetada. Para tanto, é necessário o uso de uma bota ou muletas que são usadas para evitar o peso sobre o pé.
Quando é necessária a cirurgia
Caso os tratamentos não sejam eficazes, a cirurgia pode ser necessária. Quando não há artrite presente, o objetivo da cirurgia é remover o crescimento anormal do osso e/ou tecido para restaurar a amplitude normal de movimento.
Algumas vezes, entretanto, o objetivo é limitar a amplitude de movimento pela fusão das articulações afetadas.
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