Quem tem diabetes sabe que a doença desencadeia uma série de problemas na saúde. Sejam dores, formigamentos e outros sintomas, a doença acomete praticamente todo o corpo, inclusive os pés. O pé diabético é um quadro que surge em decorrência da enfermidade e pode trazer complicações mais severas caso não seja tratado em tempo hábil e de maneira correta.
Mesmo que a diabetes cause outros prejuízos ao corpo, o pé é uma região anatômica que está exposta a grandes sobrecargas, portanto precisa de cuidados intensos. O quadro clínico pode piorar se o indivíduo que tem diabetes não cuidar dessa região de acordo com a recomendação médica.
O que um pé diabético?
Tudo começa com uma calosidade. Como a sensibilidade do pé diabético é diminuída, o paciente não sente o desconforto, e continua sobrecarregando a região. Associado ao uso de calçados apertados, com sola flexível e pelo próprio peso do corpo, esta calosidade aprofunda-se até causar uma ferida aberta – a úlcera. De difícil cicatrização, essa ferida aumenta e se infecciona e se a glicemia não estiver equilibrada, o risco dessa ferida se propagar é ainda maior.
O pé diabético pode acometer os dois pés e pode ter outros problemas além da úlcera. Dores, rachaduras no calcanhar, micoses e formigamentos são algumas dessas crises. Nem todos os sintomas são presentes em toda pessoa que possui o problema, mas as chances de incidência são as mesmas.
Como funciona o tratamento?
Mantendo a sobrecarga na região, a úlcera não fechará. O principal foco do tratamento é balancear a pisada, fazendo com que o peso do corpo seja distribuído por todo o pé, evitando as áreas de ulceração. Isso pode ser feito com orientação de calçados, uso de sapatos feitos sob medida ou, em último caso, imobilizações gessadas especiais.
A empobrecida circulação sanguínea do pé também é um fator para o aparecimento das feridas, o que dificulta ainda mais a cicatrização e a imunidade. O tratamento de um pé diabético grave deve envolver vários especialistas: o ortopedista, o cirurgião vascular, o endocrinologista e o infectologista.
Abaixo seguem as orientações gerais para o tratamento dessa doença:
Lavagem
É recomendado o uso de sabonete de glicerina para que o pé não acumule micoses e as rachaduras sejam amenizadas. Como a pele do pé se torna mais sensível a agressões, é importante que o indivíduo lave bem o pé com água morna e o seque bem, com especial atenção aos espaços entre os dedos.
Unhas e calos
É necessário usar materiais esterilizados para manter as unhas cortadas a cada duas semanas. O cuidado com as calosidades também deve ser frequente, com raspagens para diminuir o volume e retirar as camadas mortas da pele.
Sapatos
O cuidado no uso dos sapatos é a maior dica dada pelos médicos. O diabético precisa usar meias ao calçar um sapato para não ocasionar uma ferida ou então intensificar a úlcera já existente. Se houver o aparecimento de bolhas, é importante ir ao médico para que ele as elimine da forma correta.
Não se deve usar sapatos muito apertados, que prejudiquem a circulação do sangue, além de bicos muito finos. O pé diabético é mais sensível a compressões causadas por esses tipos de sapato, o que torna o alívio da ferida e dos sintomas mais demorado.
Solados muito flexíveis também devem ser evitados, pois dificultam a distribuição do peso no pé durante a pisada.
Quanto maior forem os cuidados com os pés, menores são os riscos de se ter o problema e não agravar o quadro.
Quer saber mais? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter, e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como ortopedista o em São Paulo.