A entorse do tornozelo é uma lesão causada pela virada brusca do pé, mais frequente durante a prática de atividade física. É muito comum entre jogadores de basquete, vôlei, futebol, praticantes de atletismo e salto, mas também ocorrer quando a pessoa “pisa em falso” e acaba virando o a sola do pé para fora (eversão) ou para dentro (inversão).
Além desses fatores, existe o risco de entorse do tornozelo para pessoas que têm a pisada pronada ou supinada. Essas alterações do pé causam mudanças no eixo do tornozelo, fazendo o pé ter a tendência de torcer para dentro ou fora, dependendo da deformidade.
As torções em inversão são as mais comuns, perfazendo cerca de 90% de todas as entorses. As lesões em eversão são mais graves e, felizmente, bem raras. Daqui para frente iremos falar apenas do entorse em inversão, a mais prevalente e que causa dor na parte lateral do tornozelo.
Tipos de entorse do tornozelo
Dependendo do impacto da entorse do tornozelo, pode ocorrer a ruptura de ligamentos e tendões.
- Grau I: dor e edema (inchaço), lesão de apenas um ligamento do tornozelo
- Grau II: rompimento de dois ligamentos, dor moderada, rigidez, edema, dificuldade para andar
- Grau III: Todos os três ligamentos laterais do tornozelo rompidos, dor forte, equimose (marca roxa na pele), impossibilidade de ficar em pé e caminhar.
Diagnóstico de entorse do tornozelo
Através do relato do paciente e do exame clínico, o médico ortopedista tem condições de diagnosticar a entorse do tornozelo. Porém, o exame de imagem oferece mais informações sobre a lesão, para identificação de ruptura de ligamentos e fraturas.
A partir dos resultados dos exames, o médico define a melhor forma de tratamento. Para os casos mais leves, medicação contra a dor (analgésico e anti-inflamatório), compressas de gelo (por 20 minutos, 6 vezes ao dia) e repouso com a perna elevada são suficientes para tratar a entorse do tornozelo. O uso de bengala ou muleta ajuda a diminuir a sobrecarga no tornozelo.
Para os casos mais graves, a imobilização do tornozelo com bota é necessária. A fisioterapia é recomendada para reabilitar músculos, tendões, ligamentos e proporcionar mais estabilidade ao pé.
Para a entorse de primeiro grau, movimentação precoce é fundamental. Lesões de segundo e terceiro graus exigem maior cuidado, com proteção da articulação com bota, variando de 2 a 6 semanas, porém sempre intercalando com períodos de movimentação do tornozelo.
Após o tratamento
A maior parte dos casos evolui bem, com recuperação completa em até 6 semanas. Se após esse prazo o paciente continua com dificuldade para caminhar, devido à instabilidade nas articulações, o médico poderá solicitar a ressonância magnética para verificar a existência de lesões tardias.
Pessoas que têm pisada pronada (pé chato) ou supinada (pé cavo) têm maior propensão para entorses de tornozelo, assim como pessoas que tiveram entorses graves no passado. Isso se deve a alterações dos ligamentos que estabilizam a região, que estão ‘alongados’ nos casos citados acima, possibilitando maior movimento entre os ossos.
O uso de tornozeleiras proporciona mais proteção durante a prática de esportes, principalmente aqueles que causam maior impacto, como vôlei, basquete e futebol.
O tratamento cirúrgico para esses tipos de entorse de tornozelo é raramente necessário, sendo reservado apenas para casos de instabilidade intensa – o que é muito raro – ou em casos de lesões associadas: fraturas ósseas, roturas de cartilagens, lesões de tendões ou ligamentos da face interna do tornozelo.
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