Frequentemente confundida com uma simples entorse, a lesão de Lisfranc é mais grave do que se imagina em um primeiro momento. Esse tipo de lesão pode levar muitos meses até a completa cicatrização. Em muitos casos, a recuperação depende de cirurgia.

Essa lesão acontece normalmente quando o pé trava e o corpo continua em movimento, o que gera rompimento dos ligamentos do pé e promove desestabilização dos ossos que o sustentam.

Durante muito tempo as lesões de Lisfranc não receberam a devida atenção. Até mesmo alguns profissionais desconheciam o potencial incapacitante desse tipo de comprometimento articular. Os estudos nessa área evoluíram e, hoje, o conhecimento sobre a lesão de Lisfranc foi ampliado.

Leia o texto para saber mais sobre a lesão de Lisfranc.

Complexo articular de Lisfranc

O complexo articular de Lisfranc é composto por cinco articulações que ligam o antepé e o médio-pé. Nesse complexo, existem muitos ligamentos, sendo que o próprio ligamento de Lisfranc une o primeiro cuneiforme à base do segundo metatarso. Quando ocorrem lesões em tal complexo articular, podem ocorrer fraturas simples ou graves, que de alteram a estabilidade do pé e prejudicam a mobilidade.

Especificidades

A lesão de Lisfranc é um desvio ou fratura no médio-pé. Nesse tipo de lesão, há rompimento de uma ou mais articulações tarsometatársicas, ou seja, não é uma torção simples. Pode ser causada por uma queda ou uma força de torção, como uma queda com peso direto sobre o pé.

Algumas lesões de Lisfranc provocam inchaço e dor leve. Outras geram dor intensa, deformidade, inflamação, parestesia e hematoma na sola do médio-pé. Um  sutil desconforto ao pisar ou caminhar pode indicar a incidência de lesão articular de Lisfranc.

Diagnóstico

A lesão de Lisfranc pode ser diagnosticada por radiografia ou tomografia computadorizada. A radiografia deve ser feita nas partes anteposterior, oblíqua e lateral do pé. Algumas radiografias revelam apenas uma fratura ou microfratura no cuneiforme ou metatarso. Para verificar se realmente há ruptura da articulação metatársica de Lisfranc, a tomografia computadorizada ou ressonância magnética pode ser necessária.

Tratamento

O protocolo de tratamento envolve, inicialmente, a consulta ortopédica. Medidas como repouso, compressas e elevação do pé são úteis para aliviar os sintomas, principalmente nas lesões mais simples. Pode ser preciso fazer desde a colocação de gesso no médio-pé até a cirurgia de redução aberta com fixação interna.

Em alguns casos, os desvios podem diminuir espontaneamente, mas até que a recuperação esteja concluída, o indivíduo pode ter as funções do pé prejudicadas, além de sofrer dor residual e artrite. Se a ruptura dos ligamentos ultrapassar dois milímetros, o desconforto tende a ser grande e a cirurgia para reduzir a abertura é o tratamento mais indicado.

Quer saber mais? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como ortopedista em São Paulo!