A corrida promove vários benefícios ao corpo. Ou seja, além de ser um ótimo exercício para reduzir o peso, ela também é uma atividade promissora, quando falamos da melhora da capacidade cardiorrespiratória, por exemplo. Mas, você sabia que o tipo de pisada pode influenciar no desempenho da corrida? Pois é, alguns atletas ou amantes da corrida acabam não percebendo, mas o modo como eles pisam no chão pode, sim, interferir no rendimento do exercício. Além disso, isso ainda pode provocar lesões significativas durante o impacto. Por isso, é imprescindível que os corredores conheçam os tipos de pisadas. Pois, dessa fora, todos ficam por dentro das consequências que elas podem trazer durante as provas ou treinos. Neste artigo, apresento alguns desses formatos e ainda mostro como isso interfere durante as atividades. Leia-o até o final e descubra!

Tipos de pisada e desempenho na corrida

Pisada supinada

Normalmente, a pisada supinada usa a área externa do pé, sobretudo o dedo mínimo, para realizar os impulsionamentos. Logo, podemos dizer que nesse tipo não há movimentação interior satisfatório do pé. Ou seja, a particularidade dela está no fato de o esforço se concentrar no calcanhar externo e terminar na base do dedinho. Com isso, o peso do corpo é transferido apenas para os dedos menores, que não têm capacidade de suportar todo esse estresse. Com o pé rolando mais para fora, os supinadores acabam colocando maior tensão nos tendões e músculos. Dessa maneira, a probabilidade de ruptura do ligamento total ou de uma entorse é maior. Em geral, os indivíduos com o pé cavo, que representam aproximadamente 5% da população mundial, estão mais propensos a esse tipo de lesão. Por isso, os supinadores tendem a apresentar os pés mais rígidos, necessitando, portanto, de calçados com reforço de estabilidade e amortecimento neutro.

Pisada neutra

A neutra, por sua vez, realiza um movimento saudável para os pés. Por isso, tende a oferecer melhor desempenho na corrida, pois ela impulsiona a parte frontal do pé. Nesse sentido, o pé gira rapidamente para dentro e o calcanhar toca o solo do lado externo, ocorrendo, dessa maneira, a rotação moderada para a parte interna, que culmina com a passada na parte central da planta do pé. Ou seja, esta pisada não é nem supinada demais, nem pronada demais. Por isso, o peso é distribuído uniformemente, de modo a garantir a adaptação da carga corporal. As pessoas desse grupo fazem parte dos 45% da população mundial e, geralmente, elas não se deparam com muitas restrições na hora de correr. Basta que elas escolham um tênis com amortecimento leve.

Pisada pronada

Diferentemente dos supinadores, a pisada dos pronadores inicia do lado de dentro do calcanhar e termina na área próxima ao tendão. Ou seja, nesse tipo, o pé faz um giro exagerado para dentro, quando a área externa do calcanhar toca o chão. Quando a pronação é excessiva, os ligamentos do pé, assim como músculos e tendões, acabam esticando e isso tem uma razão de ser. Neste caso, o pé rola muito para dentro e o arco acaba achatando. Logo, o tendão se afasta significativamente do segundo dedo, o que acaba dificultando a distribuição uniforme do peso corporal e complicando a capacidade do tornozelo de sustentá-lo. Por isso, os pronadores correm mais risco de sofrer lesões. Normalmente, as mulheres são as mais acometidas por esse distúrbio, ocupando cerca de 50% da população global de pronadores. Essa característica fica ainda mais evidente durante a gravidez. Por isso, os tênis com controle de estabilidade e amortecimento leve são os mais indicados para esse perfil. Conhecer o tipo de pisada é fundamental para melhorar o desempenho na corrida. Afinal de contas, com esse conhecimento é possível escolher os calçados mais adequados e evitar lesões. Quer saber mais? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como ortopedista em São Paulo!